Novas dimensões da receita do futebol

Reproduzo texto do Amir Somoggi para o Meio&Mensagem 18 de setembro. Vale a reflexão do quanto ainda falta para o futebol brasileiro.
No meu último texto, escrevi que retornaria a falar sobre o desenvolvimento comercial do futebol europeu e como as fontes de receitas dos clubes ganharam novas dimensões. Esse será o caminho a ser trilhado pelos nossos clubes e a razão para a discrepância dos valores elevados gerados pelos gigantes europeus, em relação ao produzido atualmente pelos clubes brasileiros.

O segredo do sucesso do futebol europeu foi uma melhora contundente do conteúdo dos projetos de marketing e comunicação dos clubes. Os projetos com os estádios e a exploração da marca e mídia possuem um alto grau de criatividade e eficiência comercial.

Essa visão foi aplicada com êxito na Europa e deve servir de modelo para evoluirmos no processo de geração de receitas dos clubes brasileiros. As receitas dos clubes brasileiros devem passar por um amplo projeto de expansão, saindo da dependência de poucas fontes de recursos para uma diversificação ampla, com o estádio, marketing e mídia.

As novas dimensões das fontes de receitas para os clubes brasileiros

Patrocínios: são incorporados a uma visão mais abrangente, como receitas de marketing, que incluem muitas ações, além da venda das cotas de patrocínio, com dezenas de marcas parceiras, grande parte sem aparecer nos uniformes dos times. Essa fonte de receitas é alavancada pelas verbas de ativação das marcas patrocinadoras. Além do patrocínio, outras receitas importantes são o licenciamento, franquias, ações constantes com o torcedor, ações com empresas, ações promocionais e marketing experiencial.

Bilheteria: Ganha uma nova importância, dentro de um contexto do estádio, que incorpora a visão das receitas do dia do jogo, como consumo em bares, restaurantes, camarotes, lojas e inúmeras ações nos estádios e outras ações em dias sem partidas e em explorações comerciais das mais variadas.

Direitos de TV: são incorporados às receitas de mídia, que incluem receitas publicitárias e promocionais do site oficial, Facebook, Twitter, além de inúmeras receitas de e-commerce que podem ser desenvolvidas. Há ainda projetos em diferentes plataformas que apresentarão um crescimento acentuado nos próximos anos.

Sócios do futebol – Tornam-se essenciais para os projetos de marketing: são os heavy users. Devem ser tratados de forma diferenciada e serem vistos muito além da mensalidade paga, com inúmeras ações promocionais e comerciais, que rentabilizem essa relação. O potencial é que as receitas geradas com o sócio-torcedor possam dobrar com essas ativações.

Comparando as receitas dos maiores clubes brasileiros com os maiores europeus, fica claro o grau de amadurecimento da Europa. Por outro lado, o Velho Continente vive uma crise financeira difícil, sem precedentes.

Esse ambiente permite uma melhora nos projetos de marketing dos clubes brasileiros, para que atraiam mais empresas patrocinadoras globais e novos investidores.

Há espaço para as receitas de marketing, mídia e estádios de nossos clubes crescerem muito em uma nova dimensão mercadológica.

E a perspectiva com a Copa de 2014 é extremamente positiva, o que torna esse momento atual fundamental para esse processo de mudanças.
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Este artigo foi postado às Quarta-feira, Setembro 19th, 2012 em 09:36 incluído nas categorias Uncategorized. Você pode seguir as respostas desse artigo pelo feed RSS 2.0. Você pode deixar um comentário, ou trackback do seu website.

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